Coqueiro (Cocos nucifera L.)
31/01/2013 22:19
COCO O coqueiro (Cocus nucifera L.) é de origem asiática e foi introduzido no Brasil por volta de 1553. É uma planta de grande importância social nos trópicos, por fornecer óleo, gorduras, minerais e vitaminas essenciais e fruto fresco. A casca do coco é usada na fabricação de cordas, tapetes, chapéus e encosto de veículos. O óleo é largamente usado na indústria alimentícia como óleo de mesa e também na produção de margarina, glicerol, cosméticos, detergentes sintéticos, sabão, velas e fluidos para freio de avião. Ao lado de grandes benefícios que essa palmeira proporciona ao homem, ela exige cuidados agronômicos para que seja altamente produtiva. Assim, para o plantio do coqueiro, recomenda-se importantes cuidados técnicos. Clima e SoloO coqueiro gosta de chuva como de sol. Assim, precipitações acima de 1.500 mm, bem distribuídas, e insolação em torno de 2.000 horas são ideais. Temperaturas abaixo de 17° C podem afetar o desenvolvimento da planta. Os solos mais adequados são de textura arenosa e areno-argilosa, com lençol freático entre 1 a 4 m de profundidade. Evitar solos argilosos e sujeitos a encharcamento. Variedades Os coqueiros são constituídos pelas variedades anã e gigante. A gigante caracteriza-se por produzir cocos com aptidão para copra (albúmem sólido) e iniciar sua produção a partir de seis anos e meio. Sua produção média é de 70 frutos/planta/ano. A variedade anã começa a produzir com dois anos e meio, apresenta produtividade de até 120 frutos/planta/ano e aptidão para água. Um terceiro tipo é o híbrido, comumente chamado de anão-gigante, resultante do cruzamento entre as variedades anã e gigante. O híbrido apresenta características tanto da variedade anã quanto da gigante, permitindo exploração para copra e para água. Todavia, filhos de coqueiros híbridos não devem ser plantados, pois ocorre uma forte segregação, isto é, resultando coqueiros bastante heterogêneos e de baixa produtividade. É, portanto, de fundamental importância que se conheça a procedência genética do material botânico que será utilizado (sementes ou mudas). Assim, recomenda-se que o produtor recorra às instituições de pesquisa e viveiros idôneos e credenciados pelo Ministério da Agricultura, para evitar o uso de falsas variedades de coqueiros. PropagaçãoA propagação é feita por sementes que devem ser plantadas quando estiverem bastante secas (11 a 12 meses de idade) e que emitam som ao serem chacoalhadas. As sementes germinam bem tanto a pleno sol quanto na sombra. Recomenda-se germinadores constituídos da mistura de pó-de-serra curtido mais areia (50% de cada). Antes, porém, a região da casca que apresentar maior proeminência deverá ser entalhada ou chanfrada, para facilitar a emergência da plântula e retenção de umidade. O viveiro deverá ser feito em local de leve inclinação e com muita água. No viveiro pode ocorrer o ataque de pragas e doenças, que deverão ser controladas. As principais são Cochonilhas (Aspidiotus destructor) e Pulgões (Cerataphis lataniae). Inseticidas fosforados controlam com maior eficiência esses insetos. Todavia, sugere-se que o produtor procure orientação técnica na escolha do produto As principais doenças são helmintrosporiose (Drechslera incurvta) e Podridão-seca, cujo agente causal é desconhecido. Como medida de controle, recomenda-se a eliminação e queima das partes secas das folhas, pulverizações semanais de fungicidas e capina ao redor do viveiro. PlantioAs mudas deverão ir para o campo quando atingirem a altura aproximada de 40 cm. O plantio deverá coincidir com o período chuvoso. As mudas antes de serem plantadas deverão ter suas raízes cortadas. Caso o produtor opte por plantio em sacos de polietileno, sugere-se que as mudas sejam transplantadas para o saco quando estiverem com altura aproximada de 15 cm ou quando apresentarem três folhas. As mudas provenientes de saco de polietileno deverão ir para o campo quando atingirem a altura aproximada de 1 m. Mudas plantadas em sacos de polietileno têm se mostrada mais vigorosas do que as mudas de raiz nua. Contudo, o produtor tem que estar atento aos custos envolvidos nesse tipo de plantio. Os espaçamentos recomendados para as três variedades são:
Recomenda-se a abertura de covas de 60 x 60 cm, que devem ser previamente adubadas com esterco de gado curtido (aproximadamente 5 litros) e 300 gramas de superfosfato. A quantidade de calcário deverá ser determinada em função dos resultados da análise de solo. Adubação e CoberturaRecomenda-se a realização de análise de solo para conhecer as quantidades necessárias de adubo e/ou outros nutrientes. Normalmente, realiza-se duas adubações de cobertura, sendo uma no inicio e outra após o período chuvoso. Além da adubação mineral, recomenda-se também uma cobertura orgânica, extremamente importante ao desenvolvimento do coqueiro. Tratos FitossanitáriosPara as condições do sul da Bahia, as principais pragas do coqueiro são: Àcarodo-fruto (Eriophyes guerreronis), traça-das-flores e-frutos-novos (Hyalospila ptychis) e o percevejo do coqueiro (Lincus lobuliger), as quais causam danos consideráveis a produção e produtividade, principalmente quando o ataque ocorre nos estágios iniciais de desenvolvimento do fruto, provocando deformações e queda prematura. A murcha de phythomonas (Phythomonas sp.), Anel-vermelho (Rhadinaphelenchus cocophilus) e a Licha-do-coqueiro (Catacauma torendiella) são as principais doenças que ocorrem nessa região. Embora disseminada em todos os coqueirais brasileiros, a lixa-pequena, que reduz em até 50% a a´rea folia do coqueiro, não leva a planta à morte, como acontece com a murcha de phythomonas e o anel-vermelho. Recomenda-se vistorias mensais no coqueiral e procurar a CEPLAC para receber as orientações de controle de pragas e doenças que forem detectadas. Consórcio entre Plantas O coqueiro admite, de forma seqüenciada, o consórcio com várias culturas. Do plantio até o segundo ano, pode-se consorciar varias culturas, tais como: abacaxi, mandioca, maracujá, abóbora, banana, fruta-do-conde, etc. Essas culturas devem ser cultivadas a uma distância dos coqueiros de aproximadamente 1,5 m, para evitar concorrência por nutrientes e sombra. Do segundo ano em diante, as culturas deverão ser plantadas no meio das ruas do coqueiro e /ou entre plantas Consórcio com animaisRecomenda-se o consórcio com carneiros deslanados. A partir de dois anos e meio, os coqueirais já estão altos e, sendo assim, não há possibilidade das plantas serem danificadas pelos ovinos. As vantagens do consórcio com o carneiro são as seguintes:
Em terrenos onde não é possível a roçagem mecânica, a utilização de carneiros poderá contribuir parcialmente com a limpeza das áreas. Isso porque os solos cobertos com gramíneas prejudicam o desenvolvimento dos coqueirais. Para que não haja concorrência por nutrientes, sugere-se o coroamento constante das gramíneas ao redor do coqueiro. Recomenda-se também, o plantio de leguminosas, pois além da fixação do nitrogênio no solo as folhas servirão como fonte de proteínas para os carneiros. Rendimento A estabilidade de produção de um coqueiral tecnicamente conduzido, ocorre quando as plantas atingem os 12 anos, com produtividade de 60 a 120 frutos/planta/ano. |
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José Inácio Lacerda Moura – Engenheiro Florestal MS |
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José Basílio Vieira Leite – Engenheiro Agrônomo MS |
Fonte: CEPLAC
Saiba Mais:
A CULTURA DO COQUEIRO
Importância
O coqueiro Cocos nucifera L. é tido como uma das plantas cultivadas de maior importância no mundo, especialmente em algumas regiões, onde se constitui na principal fonte alimentar e de renda para a população.
De origem asiática, é cultivado em mais de 80 países localizados na zona intertropical.
Considerado por muitos como a "árvore da vida", origina mais de cem produtos ou subprodutos, com destaque para óleos, água-de-coco, coco ralado, leite de coco, doces, sabões, cosméticos, álcool, fibras e madeira.
No Brasil a cultura do coqueiro encontra-se basicamente distribuída na faixa litorânea desde o Pará até o Rio de Janeiro, predominando a variedade Gigante. Entretanto, novos cultivos têm sido implantados fora da região tradicional, utilizando-se as variedades de coqueiros anões.
Nos últimos anos, o cultivo do coqueiro vem se expandindo, tanto nas regiões tradicionais quanto em novas regiões ou Estados como SP, MG e MT, principalmente com a utilização do coqueiro anão verde visando a comercialização do produto na forma de fruto verde "in natura" para consumo da água de coco.
Apesar das diferentes possibilidades para sua exploração, a cultura deve ser conduzida de acordo com as técnicas agronômicas visando um sistema sustentável, com alta produtividade e adequada qualidade de frutos.
Variedades
- Coco Anão Amarelo
O coqueiro apresenta duas variedades principais, Gigante e Anã, sendo esta subdividida em Verde, Amarelo e Vermelho.
A variedade Gigante, introduzida no Brasil em 1553, caracteriza-se por apresentar plantas de porte alto, entre 20 e 40 metros, início de produção de 6 a 7 anos, frutos de tamanho grande, com aptidão para copra (albúmem sólido desidratado), destinados basicamente para as indústrias. Apresentam rendimento médio entre 60 e 80 frutos/planta/ano.
- Coco Anão Verde
A variedade Anã, introduzida no Brasil a partir de 1925, caracteriza-se por apresentar plantas de porte baixo, entre 8 a 10 metros, início de produção de 2 a 3 anos, frutos de tamanho pequeno e arredondados, com aptidão para água, destinados basicamente ao consumo "in natura". Apresenta rendimento médio entre 120 e 150 frutos /planta/ano. Essas características podem sofrer variações conforme o local de cultivo, material genético utilizado, manejo e tratos culturais utilizados na lavoura.
- Coco Anão Vermelho
Um terceiro tipo, o híbrido, pode ser obtido pelo cruzamento entre gigante x gigante, anão x anão ou gigante x anão. O híbrido, resultante do cruzamento entre Gigante e Anã, tem sido muito estudado por reunir as características favoráveis das duas variedades. Entretanto, filhos de coqueiros híbridos não devem ser utilizados para plantio por apresentarem grande segregação, resultando em plantas heterogêneas e com baixa produtividade.
Para o sucesso de um coqueiral, é de fundamental importância conhecer a procedência e a qualidade genética das sementes ou mudas a serem utilizadas.
Clima e Solo
Espécie tipicamente tropical encontra condições climáticas favoráveis entre as Latitudes 20º N e 20º S. Planta característica de regiões quente, úmida e ensolarada, não tolera sombreamento.
Precipitações pluviométricas anuais (chuvas) acima de 1500 mm, com boa distribuição mensal, temperatura média anual de 27º C, umidade atmosférica entre 80 e 85%, são consideradas ideais. Nas regiões com baixa precipitação anual ou com distribuição irregular de chuvas, a suplementação hídrica através da irrigação é fundamental para a obtenção de alta produtividade e estabilidade de produção.
Solos adequados são aqueles de boa fertilidade, sem impedimentos químicos ou físicos, profundos e bem drenados. Os solos arenosos ou areno-argilosos favorecem o seu desenvolvimento. Solos com lençol freático entre 1 e 4 metros de profundidade são muito adequados. Entretanto, as plantas não toleram solos encharcados.
A escolha da área a ser implantado o coqueiral deve ser criteriosamente avaliada, pois áreas de baixadas, próxima a rios, podem em determinadas situações serem inundadas, formando uma lâmina de água em sua superfície. Em situações onde o encharcamento do solo ocorre, num período de horas ou mesmo de poucos dias, em uma lavoura adulta, não tem sido verificada a morte das plantas nem afetado, de maneira significativa, seu desenvolvimento. Porém, se a planta for jovem, com pouco tempo de transplantada no campo, o encharcamento poderá comprometer definitivamente essa planta, ocasionando inclusive a sua morte.
Formação de mudas
- Canteiro de mudas de coco anão com 5 meses.
Após criteriosa seleção das plantas matrizes, os frutos (sementes) são colhidos completamente secos, entre 11 e 12 meses de idade, e estocados por algumas semanas à sombra para completar sua maturação.
As mudas poderão ser produzidas por diferentes sistemas, passando por germinadores e/ou viveiros ou em sacos de polietileno (plástico) sendo posteriormente transplantadas no local definitivo. Em qualquer sistema é recomendável levar a campo mudas jovens, contendo em média 3 a 4 folhas, variando entre 4 a 6 meses de idade. Mudas com mais de 8 ou 10 meses de idade são consideradas mudas velhas, passadas, não devendo ser utilizadas.
- Detalhe de muda de coco anão verde.
Acompanhamos o plantio em áreas irrigadas através de sistemas de irrigação localizada, por microaspersão, no Espírito Santo. Sob essas condições foi efetuado plantio utilizando-se mudas bem jovens, cerca de 30 dias após a emergência. Nessas áreas, observou-se que essas mudas apresentaram menor estresse em relação a mudas mais velhas. Pois, em mudas de 4 a 6 meses, é pratica comum efetuar a limpeza, por ocasião de seu plantio no campo, eliminando-se todas as raízes da planta jovem. Porém, no caso das mudas bem novas, utilizadas no citado plantio, essa prática não foi realizada, evitando as injurias no sistema radicular e o estresse para a planta jovem.
Quanto ao viveiro, este deverá ser instalado a pleno sol, em locais não sujeitos ao encharcamento e sempre mantido livres de plantas daninhas. O controle de pragas e doenças é operação importante e deverá ser efetuada sempre que necessário.
Na semeadura, os cocos sementes poderão ser dispostos no solo, na posição horizontal, ou seja, deitados sobre a maior área plana do fruto, ou colocado na posição vertical, ou seja, em pé, com a região embrionária, ou seja, aquela da inserção do fruto no cacho, voltada para cima. Em ambas situações as sementes devem ser cobertas com solo até dois terços de sua altura.
Quando a semeadura for na posição horizontal, costuma-se efetuar um pequeno corte na casca do fruto, entalhe, na parte mais saliente, próximo do local de fixação da semente ao cacho. O objetivo desse entalhe é promover uma maior absorção de água e facilitar a germinação. Entretanto, dependendo do estágio de desenvolvimento do embrião e da profundidade do corte realizado na casca, esse entalhe poderá ser prejudicial se o corte atingir o embrião.
Atualmente, em sua maioria, os viveiristas tem preferido produzir as mudas no sistema vertical, pois apesar de ser constatado maior demora para a emergência, a região do colo da plântula fica melhor encaixada na semente, conferindo maior resistência às plantas jovens e conseqüente menor perda no transplantio, ou seja, na retirada das mudas do viveiro e o plantio definitivo no campo.
Para uma boa formação das mudas, independentemente do sistema adotado, é indispensável o uso correto da irrigação, de fertilizantes e defensivos.
Plantio
Informações na literatura apontam para o plantio das mudas no campo a ser realizado no início do período chuvoso, entretanto, essa indicação baseia-se em coqueiros gigantes cultivados sem irrigação na região Nordeste. Em áreas sob condições irrigadas, como ocorrem na região Norte do Estado do Espírito Santo, o período de plantio poderá ser efetuado em qualquer época do ano, desde que, não seja constatada outra limitação climática. Em regiões onde ocorrem baixas temperaturas, a época de plantio deve ser criteriosamente avaliada, pois a planta jovem é mais sensível ao frio que as plantas adultas. O coqueiro quando jovem não tolera geada.
As covas de plantio devem ter dimensões mínimas de 60 x 60 x 60 cm e poderão ser abertas manualmente ou mecanicamente. No caso de serem abertas através de broca acoplada ao trator, o produtor deverá ter especial atenção, pois dependendo da umidade e do tipo de solo, poderá ocasionar espelhamento na parede da cova dificultando a penetração do sistema radicular, além de reduzir a infiltração da água no solo levando ao encharcamento na região da cova e comprometendo o desenvolvimento da planta jovem no campo.
O preparo da cova deverá ser realizado com antecedência mínima de 30 dias antes do plantio, utilizando-se normalmente, material orgânico, calcário e adubos químicos.
Especial atenção deverá ser dispensada ao preparo da cova, pois em várias situações é necessário o uso de fertilizantes que contenham micronutrientes, por isso, é indispensável conhecer as necessidades do solo através de análises laboratoriais.
O produtor deverá estar informado sobre a necessidade de uma cova bem feita, pois parte do sucesso de sua lavoura será em função de um bom preparo da cova, que permita um rápido e vigoroso desenvolvimento da planta jovem.
Espaçamento
A implantação do coqueiral poderá ser realizada de diferentes maneiras dependendo do objetivo de sua condução e manejo. A instalação poderá ser em formato de quadrado, retângulo ou triângulo, em disposição de filas simples ou duplas.
O sistema triangular é o mais utilizado para plantios solteiros, ou seja, área formada somente com coqueiros, embora em sua fase inicial permita o consórcio com culturas temporárias para melhor aproveitamento da área. Os demais sistemas são mais recomendados para consórcios permanentes com outras plantas.
No sistema triangular as plantas são dispostas em triângulos equiláteros, distribuídas em espaços eqüidistantes, conforme a variedade a ser utilizada.
- Recomendação de espaçamentos de plantio para diferentes variedades de coqueiros.
Apesar de não haver trabalhos científicos regionais para a definição do melhor espaçamento para o cultivo do coqueiro, adota-se como padrão os espaçamentos acima citados. Em caso de criteriosa avaliação, os espaçamentos poderão ser ajustados para um outro espaçamento permitindo modificações nas populações. Entretanto, em locais com acentuado nível de doenças foliares, deve-se ter cuidado na escolha do espaçamento, pois espaçamentos mais adensados podem favorecer a maior incidência dessas doenças, além de dificultar seu controle.
Durante a demarcação da área para a abertura das covas, deve-se dar especial atenção para o correto alinhamento e distanciamento entre os piquetes. O balizamento incorreto acarretará filas tortas, com um número de plantas por área diferente do recomendado. A disposição e a distância entre plantas de coqueiros da variedade Anã pode, ser observado na figura 1.
Adubação
O uso de corretivos e fertilizantes para a cultura do coqueiro pode ser dividido, na prática, em 3 fases: Plantio, Formação e Produção.
Qualquer que seja a fase da cultura o importante é determinar quanto, quando e como adubar, levando-se ainda em consideração o aspecto econômico.
As plantas de coqueiros apresentam respostas as adubações a médio e longo prazo, assim, torna-se necessário, um programa de adubação através do planejamento das operações de aplicações. Esta atividade deverá ser constantemente monitorada e acompanhada através de análises do solo e de folhas, a fim de correlacionar o nível dos nutrientes e produtividade.
Indicações na literatura recomendam adubações para o coqueiro no início do período chuvoso. Essa indicação refere-se à coqueiros gigantes instalados sem irrigação e em locais onde o período de chuva é bem definido, como ocorre em algumas regiões do Nordeste.
Nos Estados do Espírito Santo, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, entre outros, os cultivos de caráter empresarial, envolvendo a variedade Anã sob condições irrigadas, as adubações tem sido realizadas mensalmente. Em propriedades com adoção de maior grau tecnológico, verifica-se o uso da fertirrigação, onde os fertilizantes são aplicados de forma conjugada ao sistema de irrigação.
De forma geral em nossa região, a adubação de plantio, para coqueiros anões conduzidos sob irrigação em solos arenosos de baixa fertilidade natural, tem sido utilizado com bons resultados, adubação na cova com 20 litros de esterco de curral curtido ou outro material orgânico equivalente; entre 600 a 800 gramas de Superfosfato Simples, ou equivalente quantidade convertida para outras fontes de Fósforo. Calcário, Potássio. Micronutrientes são recomendados conforme resultado da análise química do solo. Não é recomendado na cova o uso de fertilizantes químicos contendo Nitrogênio.
Para a recomendação de adubações nas fases de formação ou de produção, deve-se levar em consideração os níveis dos nutrientes no solo, nas folhas, idade da planta, variedade, manejo da lavoura, produtividade desejada e análise de custos. Portanto, a recomendação da adubação a ser utilizada somente será possível após uma criteriosa análise técnica.
Consórcio
Diferentes sistemas de consórcios podem ser compostos com a cultura do coqueiro. Os sistemas de plantios em consórcio, pode seguir uma distribuição de plantas no formato triangular, quadrangular, retangular com filas simples ou duplas. No caso do sistema triangular, com plantas espaçadas eqüidistantes a 7,5 metros, o consórcio será temporário utilizando-se de plantas de ciclo curto, aproveitando a área não explorada pelas plantas jovens do coqueiro.
Nos demais casos de arranjos populacionais, o consórcio pode ser estabelecido de forma definitiva com culturas temporárias ou permanentes. Em todos os casos é fundamental observar o espaçamento necessário para cada cultura consorciada, sem que haja competição por luz, água ou nutrientes. Deve-se também, considerar o manejo das plantas e o aspecto fitossanitário das culturas envolvidas.
Várias alternativas de consórcios podem ser executadas, ficando a escolha em função das condições edafoclimáticas locais e dos objetivos pretendidos. São exemplos de culturas consorciadas com coqueiros: Feijão, milho, mandioca, café, banana, abacaxi, mamão, maracujá, graviola, leguminosas (adubos verdes) e pastagem.
Pragas e Doenças
- Broca do Bulbo ou Tronco do Coqueiro
No Brasil muitas são as pragas e doenças que atacam esta espécie, da fase jovem à adulta, incidindo sobre raízes, estipe, folhas, inflorescências e frutos. Observa-se que no Brasil devido a grande extensão territorial onde são encontrados cultivos de coqueiros, com maior intensidade na zona litorânea desde o Rio de Janeiro até o Pará, as condições climáticas verificadas são muito variáveis formando microregiões climáticas. Essas microregiões podem favorecer o aparecimento de pragas e doenças em níveis endêmicos que em outros locais não se constituem em praga principal.
- Broca da Raquis Foliar
Dentre as principais pragas destacam-se: Broca da raquis foliar (Amerrhinus ynca); Broca do pedúnculo floral (Homalinotus coriaceus); Broca do olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum); Lagarta das folhas (Brassolis sophorae); Traça dos cocos novos (Hyalospila ptychis); Gorgulho dos frutos e flores (Parisoschoenus obesulus); Barata do coqueiro (Coraliomela brunnea, Mecistomela marginata) e Ácaro da necrose do coqueiro (Aceria guerreronis).
- Mancha de folha causada por Helminthosporiose.
As doenças encontradas em cultivos de coqueiros apresentam maior ou menor importância dependendo da região, manejo cultural e da variedade cultivada. Destacam-se: Queima das folhas (Botryosphaeria cocogena); Lixa pequena (Phyllacora torrendiella); Lixa grande (Sphaerodothis acrocomiae), Helminthosporiose (Bipolaris sp); Murcha de fitomonas (Phythomonas sp.); Podridão seca (Agente causal desconhecido) e Anel vermelho, ocasionado pelo nematóide (Bursaphelenchus cocophilus).
- Praga do Besouro
Para um bom manejo fitossanitário é de fundamental importância o monitoramento das plantas, sendo necessário o reconhecimento das principais pragas e doenças que atacam essas plantas.
O controle fitossanitário pode ser realizado com práticas manuais, culturais, mecânicas e químicas. Caso seja necessário, os produtos químicos somente deverão ser utilizados mediante orientação técnica para que não haja intoxicação ao trabalhador rural, contaminação dos frutos ou do meio ambiente.
Todos os esforços devem ser realizados no sentido de se buscar uma sustentabilidade da cadeia produtiva do coco através da implantação da Produção Integrada, onde a rastreabilidade do produto deverá ser implementada no processo de comercialização.
Colheita
- Transporte no campo
Para coqueiros gigantes, em média são colhidos de 10 a 12 cachos por ano, com idade variando entre 11 e 12 meses, destinados à industrialização ou ao comércio de fruto seco com utilização na culinária. Nesta ocasião são realizadas as operações de limpeza nas plantas.
Para coqueiros anões, em média são colhidos 12 a 14 cachos por ano, com idade variando entre 6 e 8 meses, destinados ao consumo "in natura" da água de coco. Neste caso a colheita deverá ser processada com cuidado para não ocasionar danos aos frutos.
- Formação de carga a granel
Na colheita, deve-se também, proceder a limpeza dos cachos, eliminando-se as ráquilas (rabicho do coco) para que não haja atritos com os frutos no transporte, evitando-se ferimentos e o escurecimento da casca do coco, que prejudicam a aparência do fruto, dificultando a comercialização.
Em plantas adultas, gigante ou anã, deve-se evitar subir nas plantas utilizando-se esporas. Este equipamento ocasiona ferimentos no tronco do coqueiro podendo inclusive transmitir doenças letais ao coqueiro, como no caso do anel vermelho. Recomenda-se o uso de peias de couro ou de nylon para esta operação.
Fonte: Antonio Carlos Benassi
Mais Informações: EMBRAPA
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