Descoberto Sítio Arqueológico em Paraíso do Tobias, Miracema-RJ na Fazenda Santa Inês
06/05/2012 16:39Descoberta de Sítio Arqueológico em Miracema
No dia 10 de abril, estiveram em Miracema Drª Nanci Vieira (UERJ), Drº João Almeida (UENF), Drº Júlio Gralha (UF), professor Jorge Belizário e professora Vera Medeiros da (FAPERJ) e o vereador miracemense Paulinho Azevedo (PDT), na Fazenda Santa Inês, identificando e mapeando o Sítio Arqueológico, que levou o nome de POLIDOR E AMOLADOR FIXO DA FAZENDA SANTA INÊS, o primeiro sítio arqueológico identificado no interior do estado do Rio.
Um dos legados deixado pela Jornada XIII Científica do Projeto Jovens Talentos para a Ciência, foi a descoberta em dezembro de 2010 e o prosseguimento do estudo do sítio por especialista e jovens miracemenses, no mês de abril. Segundo o vereador Paulinho Azevedo um dos integrantes do grupo de trabalho, será o desenvolvimento ecoturismo regional em nosso município. “O reconhecimento do sítio Arqueológico da Fazenda Santa Inês, pela comunidade científica, irá despertar o interesse de pesquisadores de todo o País. Projetando desta forma, o nome de Miracema”, afirmou Paulinho. A equipe do Jornal Dois Estados, esteve presente.
“Descoberta de Sítio Arqueológico em Miracema durante a XIII Jornada Científica do Projeto Jovens Talentos para a Ciência da FAPERJ/CECIERJ”.
No mês dezembro de realizou-se, em Miracema, a XIII Jornada Científica do Projeto Jovens Talentos para a Ciência. Um dos programas previstos para a Jornada era a visita, no dia 9 de dezembro, à Fazenda Santa Inês na qual seriam mostrados aspectos culturais e históricos da região como forma de enriquecimento cultural dos jovens participantes.
Como chovia muito na região a excursão foi cancelada e transformada em uma palestra, sobre o mesmo tema, no Centro Cultural da cidade porém, um pequeno grupo, formado por professores, dois estagiários de Rio Claro e representantes de Miracema, compareceu a Fazenda e os dois estagiários JTs, Charles Gloria e Paulo Reynaldo, descobriram o Sítio abaixo citado, que começou, posteriormente,a ser estudado tendo sido recentemente determinadas as coordenadas geográficas do local, levantamento fotográfico do sítio e início das buscas de outros sítios no local.
POLIDOR E AMOLADOR FIXO DA FAZENDA SANTA INÊS
O litoral do Estado do Rio de Janeiro apresenta grande riqueza de sítios arqueológicos, destacando-se os sambaquis, adaptações ao ambiente marinho de culturas pescadoras, coletoras e caçadoras pré-históricas. Outro tipo de sítio arqueológico de menor ocorrência, mas também significativo, são os amoladores e polidores líticos fixos, utilizados por populações pré-históricas para polir e amolar seus instrumentos.
Polidores, amoladores e afiadores são alguns termos utilizados para designar seixos ou blocos de pedra, ou o próprio solo rochoso, sobre os quais foram friccionados os lados e o gume de objetos de pedra. O abrasivo usado é sempre a areia úmida. Depressões resultantes do polimento se formam pouco a pouco, planas ou ligeiramente côncavas, em negativo, dos objetos que nela foram polidos. Os gumes são executados do mesmo modo, mas eles deixam sobre as rochas sulcos.
Os chamados amoladores/polidores fixos correspondem a em grandes blocos ou superfícies rochosas onde os homens elaboraram os seus artefatos polidos, deixando várias marcas de polimento ou amolação no local. Já os amoladores/polidores móveis se caracterizam por blocos pequenos ou seixos, transportados para o local de habitação, onde são afiados os instrumentos.
Há registros de Amoladores e/ou Polidores líticos fixos em vários pontos do litoral, como também ocorrem nas margens de rios no interior do Brasil. No Estado do Rio de Janeiro existem registros deste tipo de sítio em Cabo Frio, Arraial do Cabo, Angra dos Reis e na Ilha de Marambaia, todos no litoral. Pela primeira vez se pode registrar um sitio arqueológico do tipo Polidor/Amolador em um pequeno córrego no interior do Estado do Rio de Janeiro, no município de Miracema.
O Polidor/Amolador Fixo da Fazenda Santa Inês está localizado em um vale, em superfície rochosa de um córrego. Foram identificadas marcas de polimento e marcas de amolação. Provavelmente estas marcas estão relacionadas a fabricação de machados líticos, que são encontrados com frequência na região.
FONTE: Jornal Dois Estados
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