Lâmpada de algas é capaz de absorver 200 vezes mais CO2 que árvore
07/03/2013 19:06Lâmpada de algas é capaz de absorver 200 vezes mais CO2 que árvore
A emissão de gases poluentes na atmosfera do planeta Terra é ocasionada em sua maioria pelas intervenções do próprio ser humano com carros, fábricas entre outros elementos que utilizam combustíveis fósseis como o petróleo. No entanto, pensar em projetos para a redução de emissões é algo problemático e ainda deve demorar uns bons anos para começarem a ser aplicados.
O bioquímico francês Pierre Calleja pensou em uma solução diferente para o problema: ao invés de diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2), por que não coletar esse gás e transformá-lo em energia? Ele desenvolveu um sistema de iluminação externo que não utiliza eletricidade, mas reações químicas com a ajuda de algas que captam o CO2 do ar, transformam-o em luz e ainda produzem como subproduto o oxigênio vital para todos os seres vivos.
Calleja descobriu que algumas espécies de algas se alimentam de carbono orgânico, bem como da luz solar, e durante o processo de produção de carboidratos para sua própria alimentação, elas produzem oxigênio. Segundo o Geek.com, as lâmpadas do cientista usam tubos de acrílico transparente com algas, água, uma bateria e uma luz. Com isso, durante o dia as algas produzem oxigênio a partir da luz do sol, que depois é armazenada nas baterias localizadas na base da lâmpada.
No período noturno, a energia limpa coletada de dia é usada para alimentar a luz. No entanto, como as algas são capazes de produzir energia a partir do carbono no ar, as lâmpadas projetadas por Pierre Calleja podem ser usadas em ambientes com pouca incidência de luz natural - estima-se que as algas são capazes de absorver 200 vezes mais carbono do que as árvores.
Além disso, as algas também podem ser usadas como biocombustível, uma vez separadas da água. Ou seja, mesmo que a lâmpada precise de manutenção como, por exemplo, a troca da água, as algas podem ser utilizadas como combustível limpo, sem serem completamente descartadas.
Confira abaixo um vídeo explicativo, em inglês, sobre as lâmpadas ecológicas:
Recentemente, tem sido veiculado na mídia e nas redes sociais a criação de lâmpadas de algas. Mas como elas funcionam? As lâmpadas consistem em um tubo contendo água, microalgas e uma bateria que armazena energia gerada durante o dia através da fotossíntese. Neste processo, as microalgas usam energia solar e gás carbônico (CO2) para a produção do seu alimento, geram pequenas correntes elétricas, que seriam armazenadas na bateria. Em teoria, essas lâmpadas poderiam ser a uma ótima alternativa para reduzir o consumo de eletricidade e mitigar as emissões de CO2, um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa, se usadas em larga escala, como iluminação pública.
Pelo menos essa é a idéia de Pierre Calleja, da empresa francesa FermentAlg, que desenvolveu a “lâmpada de rua que absorve CO2″. Segundo Calleja, a lâmpada seria capaz de absorver uma tonelada de CO2 por ano.
Parece lindo, não é mesmo? Porém, alguns aspectos precisam ser levados em consideração para a análise da real potencialidade desse projeto. Primeiramente, alguns pesquisadores questionam se a geração de energia efetivamente envolve a fotossíntese das microalgas ou daria-se apenas pelo sequestro de CO2 da atmosfera. Aliás, não é explicado como ele chegou a esse valor de absorção de uma tonelada do gás, que, se realmente calculado, é provável que seja em condições ótimas de crescimento da microalga, obtidas apenas em laboratório. Para aplicação em larga escala e até em casas, como é vislumbrado, todo o procedimento deve ter seus custos reduzidos, desde o cultivo das microalgas até os materiais usados para a construção da lâmpada. Sua manutenção também seria muito dispendiosa, afinal o vidro das lâmpadas deve estar sempre limpo para a maximização da fotossíntese. Além disso, as microalgas têm rápida reprodução e um ciclo de vida bastante curto. O que seria feito quando os tubos ficassem repletos de algas e com toda a matéria orgânica gerada a partir das mesmas. Leve em consideração, ainda, o vandalismo. Será que as lâmpadas de algas são realmente viáveis?
Fonte: Universo Plural
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